Capítulo 7

Os pulsos estão vindo cada vez mais rápido de fora da Câmara. Chegam mais e mais cópias da equipe da Cooperativa Ishtar, impulsionando-se neles, saltando no escuro como sapos.

As mensagens estão saindo, alcançando as bordas das redes dos Vex.

Os pulsos estão ficando tão fortes que Shim acha que eles têm uma chance de alavancar informações para além da rede, chegando à realidade física – o que quer que "realidade física" signifique para eles e para Praedyth, já tão enterrados nas projeções dos Vex.

Praedyth está em sintonia com o ritmo da Câmara; quando outro pulso se anuncia, gerando aquela fraqueza momentânea que permite o funcionamento do rádio, ele envia uma mensagem.

Ela não volta. Ela passou. Ele dá vivas combalidos; uns dez cientistas da Cooperativa Ishtar ecoam a comemoração.

Eles passam a mandar mensagens de modo aleatório, sempre que podem, sempre que o pulso fica forte o suficiente para carregar o sinal. Por um tempo, funciona. Então os pulsos ficam tão potentes que começam a destruir a integridade das mensagens. Em vez de galgar a onda, bem na crista, a mensagem acaba engolfada pelo pulso e se dissolve em meio à potência dele.

Se estão ficando tão fortes a ponto de corromper informações, talvez estejam fortes o bastante para carregar algo mais pesado que um monte de código.

Praedyth acha que vale a tentativa. A essa altura, vale tudo. Algo está se aproximando; em todas as linhas do tempo que ele vê, a sombra de um maremoto de treva vem se avultando. O pico da tempestade assoma sobre a Terra, quebrando o arco do exterminador com uma escuridão ainda mais profunda. A Cidade não vai conseguir escapar.

Praedyth deixa uma mensagem nas últimas peças funcionais de seu equipamento; se um item pode servir de garrafa para a mensagem dele, vai direto para o oceano do tempo. E não tem nada em que um Guardião preste mais atenção do que seu equipamento. As peças vão atrair a atenção de alguém, em algum lugar do tempo.

Ele sabe que tem uma onda vindo agora. Vislumbra mais visões, resquícios de imagens que ficam gravadas por dentro de suas pálpebras. Mais linhas do tempo – ele não sabe se possibilidade ou eventualidade – engolfadas pela escuridão que se aproxima.

Sabe que eles não vão conseguir sozinhos. Sabe que precisam de um aviso. Eles têm que saber o que está para chegar.

Em breve.