Algo nos atingiu. Matou a nossa Era Dourada. Quase nos extinguiu. Somente o Viajante nos salvou, e isso lhe custou caro.

O Porta-Voz nos conta que uma força cósmica varreu sobre nós e causou o Colapso. Lendas a chamam de Treva, a inimiga ancestral do Viajante que o perseguiu pelo espaço.

Tudo o que temos agora são perguntas. Séculos de debate resultaram em argumentos discutindo a natureza da Treva e do Colapso.

A posição Pujari descreve a Treva como uma força com presença ao mesmo tempo física e moral; uma personificação do mal. A arte Pujari retrata a Treva como uma grande tempestade ou como uma mudança de conduta, uma corrupção que veio de dentro e envenenou a Era Dourada.

A posição de São-14 argumenta que a Treva era uma frota invasiva; uma força alienígena de poder incrível, mas tangível. Alguns adeptos acreditam que esta frota surgiu a partir de espécies rejeitadas ou descartadas pelo Viajante por seus pecados.

A tese de Ulan-Tan considera a Treva uma simetria necessária para um equilíbrio cósmico com o Viajante. Este ponto de vista acredita que a bondade do Viajante o levou a se sacrificar pelos outros, e que depende de nós curá-lo para retribuir sua bondade.

A posição monista, ou posição deflacionária, considera a Treva uma força tecnologicamente sofisticada com uma inteligência pós-singularidade. Adeptos invocam a teoria da informação ou argumentam que o universo é uma simulação, permitindo que inteligências avançadas recebam poderes levemente acausais ao manipular as regras.

A clausa acataléptica clama que somos intrinsecamente incapazes de compreender a Treva. Em muitos pontos esta crença é paralela com o credo práxico, que sugere que devemos parar de nos preocupar com a natureza da Treva e focar-nos em resisti-la e derrotá-la.

Certas posições - muitas vezes tidas como hereges - implicam que o Viajante iniciou o Colapso, ou que ele sabia da vinda da Treva e esperava usar o sistema solar como um sacrifício ou como um exército de procuração. O culto da Estrela Binária é um exemplo notável.